IBGE já visita comunidades tradicionais de Ilhéus visando o novo Censo

Uma das áreas visitadas
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A expectativa para o ano do novo Censo Demográfico era grande e, finalmente, 2020 chegou para concretizar a maior operação estatística do país, que abrange todo o território nacional. Na Bahia, as ações para mobilização seguem em ritmo ainda mais acelerado, com destaque para a participação em agendas junto a comunidades e povos tradicionais, na capital e interior do estado.

No dia 10 de janeiro, representantes da Unidade Estadual do IBGE (UE/BA) marcaram presença em um encontro com caciques Tupinambás de Olivença, que compreendem 23 aldeias nos territórios de Ilhéus, Una e Buerarema. Cerca de 20 lideranças indígenas do município de Ilhéus se reuniram na aldeia Igalha para dialogar sobre o cronograma, a metodologia e as etapas do Censo 2020.

Camila Evaristo, historiadora e analista censitária do IBGE na Bahia, participou do evento e defendeu a aproximação do IBGE com estas comunidades. “Milton Nascimento canta que ‘todo artista tem de ir aonde o povo está’. Da mesma maneira, as instituições públicas precisam conhecer a realidade de seu povo para melhor servi-lo. Muito mais do que apresentar a dinâmica do Censo, nossa troca se pautou na escuta das demandas, no reconhecimento da diversidade e garantia de que esta cultura e seu território sejam respeitados”, relatou.

“A reunião foi importante para evidenciar às lideranças locais que o IBGE compreende os povos indígenas com demandas e abordagens específicas para a realização dos trabalhos do Censo, além de também cumprir o objetivo de trazer as comunidades para dentro do processo”, explicou Ledson Santos, coordenador de área do Censo 2020.

Ainda segundo ele, o encontro foi uma excelente oportunidade para construir alianças. “Há o anseio de que o processo censitário traga ao palco das estatísticas oficiais informações fidedignas sobre as comunidades indígenas, como forma de autoafirmação e valorização destas perante a sociedade. Uma vez explicadas as etapas de execução do processo, as lideranças se mostraram dispostas a colaborar para que a operação seja realizada da melhor forma possível”.

Em uma das ações alinhadas em parceria, a UE/BA se colocou à disposição para esclarecer dúvidas na fase de inscrição do processo seletivo para recenseadores. Já as lideranças indígenas se dispuseram a indicar pessoas para atuarem como guias dos recenseadores que não forem membros das comunidades, facilitando o deslocamento e acesso aos territórios.

O cacique Ramon Tupinambá externou seus votos pelo sucesso do Censo. “Meu desejo é que possamos atuar em coletividade para mostrar de fato onde estão as nossas famílias. Quero agradecer e pedir ao nosso pai Tupã e aos encantos da floresta para que nos deem um bom trabalho e possamos estar juntos nesse novo desafio que se inicia”, concluiu.